segunda-feira, 29 de março de 2010

A BELA E A FERA!!!

Água mole em pedra dura,
tanto bate até que fura.

Chamemo-la de Angélica. De Angelus. Angelical, isso mesmo. Além de bela, meiga e generosa, deixava transparecer uma felicidade irradiante, que desbordava da frágil aparência física. Um anjo.
Chamemo-lo de Herculano. De Hércules. Hercúleo, isso mesmo. Além de espadaúdo, musculoso e enorme, deixava, por onde passasse, a marca indelével da sua ignorância áspera, que a todos amedrontava e subjugava. Uma fera.
Quis o destino que os dois se encontrassem pelos tortuosos meandros da vida. E, por um desses mistérios que não consegue a razão explicar, apaixonaram-se.
Da paixão ao casamento, fluiu rápido o curto tempo de cumprimento das burocracias – as sociais e as religiosas. Para o espanto de todos, ressalte-se.
Enquanto houve lua, mel. Logo, logo, instalou-se o império do fel.
Enclausurada a fórceps, sob o jugo ameaçador do seu senhor e sob o açoite impiedoso do seu algoz, a bela Angélica sofria... embora o que mais a acabrunhasse fosse a dor moral. Essa, sem dúvida, muito difícil de suportar.
Mesmo assim, teimava em alimentar uma esperança: a de, pelo amor, domar a fera. Para tanto, paciência, compreensão, perseverança e fé.
Apostou alto naquilo em que acreditava tanto. Debalde.
O tempo passou... a situação agravou-se.
Uma certa manhã, após mais uma sessão de tortura – física e moral –, a boa Angélica sucumbiu: arrumou os seus trapos e sumiu.
MORAL: Água mole em pedra braba, tanto bate até que acaba.

(Texto escrito por meu PAI - assim mesmo, em letras maiúsculas - Francisco Luciano Gonçalves Moreira)

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